Cidadania... O que é?

Cidadania:

            O que é ser um cidadão? Uma cidade grande?
            Não, é claro. É um termo muito utilizado nos dias de hoje, inclusive nas mídias. Você se lembra daquele comercial na TV que diz “eu tenho nome, e quem não tem, quem não tem nome não é ninguém, eu sou Maria, eu sou João, com certidão de nascimentoooo, sou cidadão”?
            Pois é, parece fácil ser cidadão. Bastar ter um documento, certo? Errado, muito errado.
            Você acredita que podemos ter todos os documentos possíveis mas não ter nenhum direito garantido? Sim, é possível.
            Veja. No ano de 1948, a O.N.U. - Organização das Nações Unidas, criou uma declaração chamada de Universal dos Direitos Humanos. Nela constam todos os direitos que uma pessoa deve ter para ser considerada cidadã. Lá aparece o seguinte, que todo homem tem direito a ter:
            a) casa
            b) trabalho
            c) salário justo
            d) cuidados médicos
            e) educação
            f) alimentação
            g) segurança
            i)  outras coisas das quais sem elas ninguém pode dizer que tem uma vida digna.
            Você conhece alguém que passa fome?
            Conhece alguém que não está empregado e ganhando um salário justo que dê condições de manter sua família?
            Você já viu gente morando debaixo das pontes ou em moradias nas quais é mais perigoso estar dentro delas do que fora?
            Será que essas pessoas não tem documentos?
            A conclusão que chegamos é que a propaganda da TV é um pouco enganosa, pois não diz que um documento pode não garantir cidadania, mas que é apenas um meio de dar um nome para que o sujeito possa começar a ter direitos, lutando pra caramba.
            Você já tem documentos? Então boa sorte pra você e pra todos nós.


Cidadania no Brasil:

            Infelizmente a maioria da população vive uma cidadania falsa, ou como diz um jornalista chamado Gilberto Dimenstein, uma cidadania de papel. 
            Mas por que de papel? Porque no papel o cidadão tem o direito, mas na prática, se ele não tiver o dinheiro para comprar sua casa, ter sua alimentação e médicos decentes, ele fica “a ver navios”.
            Quantos realmente tem todos os direitos garantidos? Pense.
            Você é um cidadão pleno, isto é, com o cumprimento total de seus direitos?


O que faz um cidadão:

            Devemos ter ciência dos nossos direitos e não deixar de cobrá-los. Para isso devemos ser estudiosos, buscar conhecer o que é nosso e que pode estar nas mãos dos outros.
            Como poderemos cobrar algo que nem imaginamos que temos? Conhecimento é tudo.
            Não podemos estar alienados (alheios) aos assuntos que influenciam nossas vidas. Devemos ser participativos, mostrar e fazer valer nossa voz.
            Outro fator importante de um cidadão é o prazer que ele tem de cumprir seus deveres. Não basta somente o “vem a nós”. Temos que cuidar por zelar do direito dos outros também.

Max Weber

Max Weber (alemanha 1864-1920):

Esse autor também é muito importante para a Sociologia. Junto com Durkheim e Karl Marx, eles são os chamados clássicos. Dificilmente, em um vestibular, eles não serão lembrados/cobrados.

Sua teoria é contraditória à de Durkheim sobre como funciona a sociedade.
Se para Durkheim a sociedade é maior que o indivíduo, isto é, que ela determina tudo, inclusive o que nós somos, Weber vem dizer o contrário disto.

Para ele as pessoas é que são determinantes, ou seja, não é a sociedade que nos molda e nos faz ser o que somos (como diz Durkheim), mas sim as pessoas é que dão a cara à sociedade, pois segundo ele a sociedade é feita por nós. Dito de outra maneira, é que a sociedade é assim porque nós a fazemos assim.

Mas quem estaria correto? Durkheim ou Weber?
Creio que o mais sensato é não tomarmos partido de nenhum, unicamente, mas juntá-los.

O modelo de Durkheim se aplica mais quando nascemos, pois realmente não sabemos nada e necessitamos que a sociedade, que existe antes de nós, nos molde e nos ensine a ser como somos, com os gostos, costumes, roupas, etc., do local.

Já quando somos mais adultos e já temos condições de concordar ou discordar com o que aprendemos, então começamos a aperar com o modelo de Weber, mudando o que não achamos legal e fazendo uma sociedade com nossa cara.

É um ciclo interminável, de sermos feitos (Durkheim) e de fazermos (Weber), e ambos nos ajudam a entender o processo.

A teoria de um, apenas, ficaria incompleta para entendermos a sociedade. Por exemplo, se tudo fosse como Durkheim diz, a sociedade de hoje poderia estar com a mesma cara de 200 anos atrás, sem mudanças, pois para ele a sociedade é que determina tudo.


Weber e a teoria da ação social:

Se são as pessoas que determinam o que a sociedade é, Weber propõe que estudemos as pessoas para entender o funcionamento da sociedade.

Para isso ele estabelece o que chama de tipo de ação social, que é um esquema de prováveis ações das pessoas. São quatro tipos e às vezes alguém esteja agindo por um deles ou mesclando com outros.

a) ação racional – boa para entendermos por que os políticos ficam tão bonzinhos nas épocas de campanhas políticas. Na verdade eles não se tornam bons, mas agem maquiavelicamente, ou seja, racionalmente para conquistar os votos do público. No dia seguinte do término da campanha, eles voltam a não nos cumprimentar mais pelas ruas.

b) ação tradicional – boa para entendermos por que certas pessoas agem repetindo ações de antepassados. Às vezes o indivíduo de hoje nem sabe por que faz tal tarefa, mas repete porque é uma tradição, fazendo uma “obra cega”.

c) ação por valores – essa é interessante para verificarmos ação de religiosos, éticos e moralistas que, por causa do valor (ou princípio) que segue sua vida fica remodelada diferentemente aos demais. Um exemplo disso seria uma jovem não querer se relacionar sexualmente antes do casamento por causa do princípio cristão.

d) ação afetiva – talvez esse tipo de ação seja a única, ou a mais provável, que anule a racionalidade. Uma mãe que não sebe nadar e que se joga no rio para salvar o filho que está se afogando é uma ação racional? Claro que não, mas sim afetiva, pois por um instante ela pensou somente com o coração e “se esqueceu” de que não sabia nadar para salvar o seu amado.

Weber propõe uma espécie de sociologia compreensiva, que tenta entender as ações dos indivíduos para se compreender o funcionamento social e propor mudanças.